Impossível manter a ansiedade sob controle depois de 9 meses de tratamento, estou ansiosa com o fim do mesmo (12 semanas yuupyyy) e por mais que eu declare minha fé e creia na cura sou humana e de vez em quando sinto-me um pouco "cambaleante" rsrsrsrs. Sou bastante ciente das dificuldades de tratamento do meu genótipo e a baixa porcentagem de R.S.V Resposta Sustentável do Vírus) ao tratamento.
Falando de uma forma mais simples... Algumas pesquisas acham que o sub-tipo 1b é ao que parece o mais agressivo dos Vírus, com uma predisposição maior de avançar para a cirrose, e respondendo menos a terapia com Interferon.
É comum recidivas nesse tipo de genótipo e apesar da fé e da esperança, essa é uma realidade que preciso enfrentar e estou tentando encarar isso com o mesmo bom humor com que encarei o tratamento até agora.
Creio que a vida (os problemas) deva ser encarada "de frente" e que todas as possibilidades devam ser avaliadas para evitar frustrações intensas e também um desgaste emocional desnecessário (digo desnecessário por ser ciente que "acidentes de percursos" podem ocorrer).
Acompanho muitas pessoas que passam pelo tratamento com a mesma resposta virológica negativa e depois desmoronam ao fazerem um novo PCR no fim do tratamento e descobrirem que o "bicho papão" voltou.
Não estou sendo negativa, apenas "realista" (mesmo crendo em um Deus de milagres). Não posso prever o futuro e estou tentando viver esse presente com os pés bem firmes no chão para não correr o risco de "escorregar".
É minha forma de autopreservação, vivo o presente, me alegro com as vitórias, mas jamais acreditei que a vida é um mar-de-rosas e que o mundo é Pink rsrsrs. A vida é um desafio constante e precisamos estar preparados para as adversidades também.
Apesar do grande otimismo sou um tanto quanto realista (ser realista e manter uma visão otimista parece dúbio, mas é possível alcançar essa perspectiva e ainda manter uma "mente saudável" rsrsrsrs).
Até certo ponto, ter medo é natural e saudável. Um dos fatores de sobrevivência da humanidade, desde a pré-história, foi o condicionamento a ter reflexos rápidos. Quem dormia no ponto, ficava para trás, morria de fome. Por uma questão de seleção natural, o homem lembra mais facilmente das coisas ruins. Ao ler uma notícia ruim, o normal é sentir algo desagradável. Essas sensações são interpretadas pelo cérebro antigo, o sistema límbico, da seguinte forma: se tenho essa sensação ruim, é porque isso é "perigoso". O fato entra então na memória emocional e fica registrado como algo perigoso que coloca a vida em risco.
O que não pode acontecer é ficarmos paralisados pelo medo e criando "fantasmas" emocionais.
Neste momento estou buscando equilíbrio entre a inteligência racional e a emocional (estou colocando meu cérebro em uma espécie de " SPA" rsrsrsrs).
O fim do tratamento e a R.S.V. é apenas uma etapa a ser vencida e encarando desta forma acredito que estou chegando ao fim de uma "etapa".