segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Entrevistada pelo Correio Braziliense trago boas novas

Promessa na luta contra a hepatite C Variação em gene no cromossomo 19 garante maior chance de resposta no combate ao vírus HVC. Cientistas que fizeram descoberta veem ganhos para a medicina personalizada e já falam até mesmo em cura Rodrigo Craveiro --> O sorriso no rosto da paranaense Adriana Cristina da Silva e Silva esconde o que essa teóloga de 35 anos tem vivido nos últimos dois anos. O diagnóstico de sorologia positiva para o HCV, vírus causador da hepatite C, veio depois que ela começou a sentir cansaço extremo, problemas estomacais, dores abdominais e vômito. “Nas primeiras aplicações de interferon alfa, tive febres, tremores, enjoo, diarreia e dores abdominais”, contou ao Correio, por telefone, de Anápolis (GO). A ribavirina, medicamento complementar do tratamento contra a doença, iniciou um processo alérgico na paciente. “Minha maior amiga era uma escova de cabelo. Eu me autoflagelava com ela, não parava de me coçar”, lembra. Os efeitos colaterais penosos propiciados pelas medicações contra a hepatite C — baseadas em interferon alfa-2b ou em interferon alfa-2a com ribavirina — podem estar prestes a ser atenuados. Uma descoberta revolucionária no campo da farmacogenética, anunciada por cientistas da Duke University, na Carolina do Norte (Estados Unidos), promete antever se um paciente responderá positivamente ao tratamento. E, de acordo com os especialistas, será capaz de abrir brechas para a cura de uma doença que afeta 170 milhões de pessoas (2,8% da população mundial). O segredo está no gene IL28B, localizado no cromossomo 19. Nesse pequeno segmento do DNA humano, o norte-americano David Goldstein e o chinês Dongliang Ge localizaram uma variação na sequência genética que afeta a resposta ao tratamento da hepatite C. A ela deram o nome de rs12979860. “Fizemos um exame das variações comuns ao longo de todo o genoma humano, para tentarmos identificar as associações entre as variantes genéticas e certos traços, como a reação à terapia contra a doença”, explicou ao Correio, por e-mail, o chinês Ge, professor assistente do Centro para Variações de Genoma Humano da universidade e coautor da pesquisa publicada hoje na revista científica Nature. “A importância de nosso estudo está no fato de ele ser clinicamente bastante ativo. O tratamento da hepatite C é um processo desconfortável e nem todos os pacientes podem ser curados”, comenta Ge. “Com base em nossas descobertas, os médicos poderão ter mais confiança ao afirmar aos pacientes se eles serão beneficiados pela medicação e ajudá-los a decidir quando devem iniciar a terapia”, acrescentou o chinês. Segundo ele, os achados também possibilitarão uma maior compreensão da hepatite C e do vírus HCV. Desaparecimento Goldstein, autor do estudo e diretor do Centro para Variações de Genoma Humano, disse à reportagem que a rs12979860 provavelmente influencia no desaparecimento natural da hepatite C. “Ainda precisamos comprovar isso”, afirmou. As duas variantes associadas ficam ao redor e dentro do IL28B, seriam casuais e alteram a sequência da proteína interferon lambda 3. “As descobertas são muito importantes na compreensão da interação entre a droga, o vírus e o sistema imunológico, no desenho de medicamentos personalizados e até mesmo de vacinas capazes de levar à cura”, acrescentou o chinês Che. Seu colega americano acredita que o achado também abre as portas para estudos antes tidos como precários a respeito do método de defesa viral. A pesquisa mostrou que a variação rs12979860 é mais frequente em populações do leste da Ásia, garantindo uma resposta sustentável ao vírus entre 70% e 80% (veja arte). Os afroamericanos têm menos chances de apresentarem a mudança no gene — por isso, o índice de resposta positiva ao tratamento gira em torno dos 25%. “Descobrimos que diferentes populações compartilham da frequência de uma mesma variante genética”, explicou Dongliang Ge. “Uma pessoa carregando a rs12979860 reagirá melhor do que um não portador desse alelo”, acrescentou. Adriana admite que o sonho de toda pessoa que precisa enfrentar uma hepatite C é a cura. Mas critica a falta de informações sobre a doença. “Eu me pergunto como peguei isso. Os médicos dizem que a transmissão sexual é quase nula. Essa questão deveria ser melhor debatida.” Ela acredita que quanto mais cedo houver a detecção do HCV, maiores as chances do paciente. “Quando você tem uma resposta do vírus na quarta semana de terapia, suas chances de mantê-la de modo sustentado dobram e, em vez de 50%, chegam a 86%”, disse a teóloga, que leva a vida com humor. "Nossa descoberta dá a pacientes e médicos uma valiosa informação sobre como os portadores reagirão ao tratamento e abre as portas para estudos antes precários a respeito do aspecto da defesa viral" David Goldstein, principal autor da pesquisa "Por mais que você seja centrado e calmo, você simplesmente sai do ar. Isso tem me assustado muito. Tenho tentado lidar com bom humor" Adriana Cristina da Silva e Silva, 35 anos, portadora de hepatite C

http://www.correiobraziliense.com.br/impresso/ ____________________________________________________________________ Meu comentário... A entrevista foi feita pelo telofone pelo jornalista Rodrigo Craveiro e o objetivo era ter informações sobre o tratamento (essa é a minha experiência pessoal, quero ressaltar que os efeitos colaterais variam de pessoa para pessoa). É uma notícia que me trouxe grandes alegrias (independente da participação), pois reforça nossa esperança em um futuro sem hepatite c. Aguardo ansiosa a conclusão das pesquisas e mais ansiosa ainda para que novos medicamentos e uma possível vacina que possibilite a cura do hcv esteja a caminho. Para mim é desesperador ver tantas pessoas perderem a vida por causa desse vírus, e mais desesperador ainda é saber que muitos terão a vida ceifada precocemente por falta de informações e divulgação do vírus. Com muita fé e esperança estou começando esta semana. Ainda não apliquei o interferon, mas daqui a pouco vou tomar "minha picada" semanal rsrsrsrs. Boa Semana para todos!

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